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Bloqueio no orçamento: Governo Federal pode deixar Ifap sem energia elétrica

Publicado: Sexta, 07 de Outubro de 2022, 14h45 | Última atualização em Sexta, 07 de Outubro de 2022, 14h46

 

Os Institutos e as Universidades Federais acabam de sofrer, por parte do Governo Federal, mais um bloqueio em seu orçamento. É a segunda vez, só esse ano, que isso acontece. A notícia nos chegou de forma repentina e unilateral no último dia 4 de outubro quando, o Ifap por exemplo, amanheceu com menos R$ 1.180.000,00 em sua conta.

Esse recurso já tinha destino certo dentro do planejamento orçamentário de nossa instituição. Ele seria usado para pagar despesas essenciais para que nossas seis unidades possam se manter funcionando. Estamos falando aqui de coisas realmente básicas como as nossas contas de energia, pagamento dos nossos colaboradores que fazem a limpeza e de bolsas para nossos alunos de menor renda.

Para que nossa comunidade entenda de maneira clara o que está ocorrendo, basta que imaginemos uma instituição do porte do Ifap tendo seu fornecimento de energia cortado por falta de pagamento. Ou que nossos alunos dos cursos que têm aula pela manhã e à tarde fiquem sem o almoço que nossas unidades oferecem para eles gratuitamente todos os dias. É essa, de fato e sem exagero, a condição na qual o Governo Federal tem colocado os Institutos e Universidades Federais.

Se somarmos o atual bloqueio com o que já aconteceu em junho desse ano, o Ifap teve uma redução de R$ 2.700.000,00 em seu orçamento. Tais bloqueios exigem uma reorganização grande das ações institucionais e inviabilizam o cumprimento de forma adequada de planejamento anual, gerando um colapso orçamentário.

A educação não pode, não deve e nem merece ser tratada dessa forma. A ciência brasileira, a pesquisa e a inovação de nosso país precisam ter seus orçamentos aumentados e não bloqueados. Vimos a importância da ciência durante a pandemia. Isso, por si só, já seria motivo suficiente para a valorização de nossas instituições, mas o que se vê é um quadro de total descompromisso com as instituições de ensino e seus estudantes.

Acreditamos que esse quadro pode ser revertido através da união da sociedade brasileira entendendo a gravidade e o impacto negativo que isso representa. É importante nos posicionarmos de forma unitária para passar uma mensagem direta e objetiva de que não aceitaremos que a educação do país seja tratada dessa maneira.

Romaro Silva
Reitor em exercício do Ifap

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