Ifap lança o primeiro curso superior Bacharelado em Engenharia Agronômica no Amapá

O Instituto Federal do Amapá (Ifap) abrirá, em 2018, no campus Porto Grande o primeiro curso superior Bacharelado em Engenharia Agronômica do estado do Amapá. As 40 vagas do curso serão disponibilizadas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação (MEC). Para acessar o SiSU, a ser aberto em janeiro de 2018, os candidatos devem ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. A criação do curso atende as necessidades de formação de profissionais na área de produção agrícola da região e do estado do Amapá, além de possibilitar a verticalização do ensino no eixo de recursos naturais no campus do Ifap no município de Porto Grande, que tem vocação agrícola.

“O campus Porto Grande oferta o primeiro curso de engenharia do Instituto, atingindo um público para o qual cursar engenharia em um município distante da capital era apenas um sonho”, analisa o diretor de Graduação da Pró-Reitoria de Ensino (Proen), Ederson Leite.

Este será também o primeiro curso superior do campus Porto Grande, que funciona em instalações próprias localizadas no bairro Zona Rural, na rodovia BR-210, km 103, logo após a entrada no município. O campus já oferta cursos técnicos em Agropecuária, Agronegócio, Agroecologia e Agronegócio Proeja, além de Segurança no Trabalho na modalidade EaD.

O campus tem seis blocos para abrigar 12 salas de aula, laboratórios, auditório, biblioteca, refeitório, área de convivência, quadra poliesportiva coberta e, futuramente, laboratórios a serem ocupados de acordo com as especificidades regionais, como, por exemplo, locais para criação de animais. A fazenda experimental dispõe de canteiros para plantio de hortaliças, cultivo de beterraba, rúcula, macaxeira e área com três espécies de plantas para adubação verde, dando aos estudantes oportunidade de aprender a preparar o solo, plantar sementes e mudas, conhecer espécies vegetais e fazer os tratos culturais.

“A proposta da criação desse curso vai ao encontro da expectativa de crescimento da produção agrícola no Amapá com a formação e a qualificação dos profissionais na área, com vistas à criação de novas oportunidades de geração de emprego e renda, além de contribuir para a conservação dos recursos naturais ainda existentes e geração de novas tecnologias e pesquisas”, afirma a coordenadora do curso, Natália Zatorre.

Nos últimos anos do curso, o estudante já terá conhecimento para prestar orientação técnica a produtores rurais orientando-os de forma sustentável, além de possuir habilidades para atuar na elaboração de projetos agronômicos mais apurados, a se especializar e incrementar seus conhecimentos contribuindo assim para o desenvolvimento da região e do Estado.

No longo prazo, serão formados profissionais capazes de atender às demandas local e regional, em busca do crescimento econômico, através da utilização dos conhecimentos adquiridos no curso, objetivando o aumento da área plantada, da produção e diversificação dos produtos agrícolas e ao aumento de alimentos de maneira sustentável.

Cenário - Apesar de ser tradicionalmente reconhecido por suas florestas amazônicas, o Amapá possui cerca de um milhão de hectares de Cerrado e tem sido encarado como uma "nova fronteira do agronegócio", por causa de fatores como o baixo preço das terras da região; a proximidade do porto de Santana com o Canal do Panamá, com acesso fácil a mercados como Estados Unidos e Europa; o acesso a rodovias pavimentadas, como a AP-070, além do acesso facilitado a linhas de crédito do governo federal para atender essa região. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que o norte e o sul do Amapá foram, juntamente com a região oriental de Tocantins, as mesorregiões que mais elevaram sua participação na área plantada brasileira no período de 1994 a 2010. O Norte do Amapá, por exemplo, multiplicou por nove sua participação no total da área plantada.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra agrícola do Amapá teve em junho de 2017 nova previsão de aumento, saindo de uma estimativa de 16,1% para 26,6%. Das principais culturas agrícolas no estado, a soja apresenta o maior crescimento anual em 2017, com 28,5% a mais de produção do que em 2016, seguido por feijão (15,8%) e mandioca (12,1%). Na contramão, apenas a laranja registrou baixa na previsão de junho (-3,9%).

A área a ser colhida também teve elevação, segundo o IBGE, que apontou um crescimento para 23.274 hectares. Desse total, 18,9 mil são destinados apenas para plantio e colheita de soja. A soja deve movimentar mais de R$ 60 milhões na economia do estado em 2017, de acordo com a Associação de Produtores de Soja do Amapá (Aprosoja).

Dados do IBGE confirmam o avanço da soja na ponta do eixo norte do País. Em 2012, a área plantada de soja no Estado somava 2.407 hectares, volume que foi multiplicado por quase oito vezes nos últimos cinco anos, chegando a 18.900 hectares em 2017.

Mas, ainda conforme o IBGE, a produção agrícola do Amapá é a segunda menor da região Norte e a quinta menor do Brasil, mas está acima de estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo. A previsão de aumento local está abaixo da nacional, que ficou em 30,1%, com colheita total de 240,3 milhões de toneladas.

Por Suely Leitão, jornalista da Reitoria

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