Professores do Ifap são coautores de livro sobre a pandemia
"Panorama da Covid-19 no Brasil” reúne a contribuição de 176 pesquisadores e 95 instituições de todo o Brasil
Professores do Instituto Federal do Amapá (Ifap), ao lado de professoras da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) e da Universidade Federal do Amapá (Unifap), assinam dois capítulos do livro “Panorama da Covid-19 no Brasil”, publicado pela editora paranaense CRV. A obra, lançada em 2022 e disponível em formato impresso e digital, reúne a contribuição de 176 pesquisadores e 95 instituições de todo o Brasil, das mais diferentes áreas do conhecimento.
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A publicação foi proposta por um grupo de professores do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) a diversos pesquisadores da temática Covid-19 com a finalidade de realizar um diagnóstico que servisse de ponto de partida para traçar um panorama da doença ao longo do território brasileiro. Duas partes compõem a obra: a primeira com um panorama geral da Covid-19 nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, com dados de casos, óbitos por municípios e políticas públicas adotadas no enfrentamento, e a segunda com 27 dossiês temáticos, onde os autores exploram diferentes impactos da pandemia, metodologias e iniciativas para compreender e mitigar os seus efeitos.
Os professores do Ifap Ana Maria Guimarães Bernardo e Cleber Macedo de Oliveira, do Campus Agrícola Porto Grande, e Argemiro Midonês Bastos, do Campus Macapá, assinam os capítulos 3 “Panorama da Covid- 19 no Estado do Amapá” e 31 “Ensino em tempos de pandemia no Amapá”, em coautoria com as professoras da Unifap Flaviana Gonçalves da Silva e Janivan Fernandes Suassuna e da Ueap Ângela do Céu Ubaiara Brito e Raimunda Kelly Silva Gomes.
A Covid no Amapá
“A crença da população amapaense de que a contaminação pelo coronavírus era pouco provável, uma vez que o estado encontra-se em uma 'ilha', sem acesso por via terrestre com outros estados brasileiros, não foi confirmada. As reduzidas condições de saneamento ambiental, resistência à adoção de medidas profiláticas, precários hábitos de higiene, tão importantes para a redução das infecções, até mesmo por falta de recursos da população mais carente para a aquisição de produtos de higiene pessoal e máscaras, podem ter contribuído para uma incidência acelerada nos casos de contaminação e óbitos observados no Estado”, afirmam os autores, no capítulo 3.
Já no capítulo “Ensino em tempos de pandemia no Amapá”, os professores destacam que houve forte resistência pela comunidade acadêmica à adoção das atividades de ensino não presencial nas instituições (graduação, pós-graduação e, inclusive, no ensino básico), mas com o prolongamento da situação epidemiológica foram realizadas tratativas de gestores e demais membros da comunidade acadêmica, permitindo, decorridos mais de seis meses após a suspensão, a retomada dos calendários acadêmicos de forma remota, em condições e adequações necessárias.
Os autores apontam o aspecto excludente do ensino remoto em um país marcado por expressiva desigualdade social e, particularmente, no estado do Amapá, com dificuldades relacionadas à falta de acessibilidade às tecnologias, precariedade no acesso e na qualidade da internet local ou até mesmo ausência de energia elétrica.
“Por meio de ações de assistência estudantil, algumas instituições de ensino disponibilizaram aos alunos regularmente matriculados, recurso financeiro para aquisição de equipamentos digitais e dados móveis, a fim de fornecer suporte e condições de acesso às aulas, principalmente para aqueles acadêmicos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Tais ações, apesar de terem alcance insuficiente, certamente amenizam a característica excludente deste sistema de oferta do ensino”, afirmam.
Também abordam o trabalho pedagógico no ensino remoto, salientando que “o domínio das ferramentas tecnológicas digitais, o provimento de locais adequados para a realização das atividades (privacidade, acústica adequada, ausência de ruídos, boa iluminação, acesso à internet de boa qualidade e outros fatores necessários) para as atividades de ensino em suas residências, ficaram a cargo do próprio docente”.
Por Suely Leitão, jornalista da Reitoria
Diretoria de Comunicação - Dicom
Instituto Federal do Amapá (Ifap)
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